Jovem de 18 anos morreu após disparo acidental da arma do irmão policial civil, em Botucatú
O policial civil Leonardo Matheus Carmello, 28, que matou a irmã Maria Vitória Carmello, 18, após um tiro acidental durante uma confraternização familiar, em Botucatu (SP), na quinta-feira (16), disse em depoimento que havia ingerido bebida alcoólica antes de efetuar o disparo e que, por ter adquirido a arma há poucos dias, não sabia manusear o equipamento.
O delegado seccional Lourenço Talamonte Netto, responsável pelo inquérito que investiga o caso, relata que o rapaz explicou que, ao pegar a pistola Glock 9 mm, pensou que ela estava com problemas, por isso, pediu para a irmã mais nova fazer um vídeo para ele enviar ao seu professor da Academia de Polícia.
Enquanto estava com a arma nas mãos, Leonardo contou que retirou o carregador e não sabia que havia uma bala na câmara. O delegado explica que, ao contrário dos revólveres mais comumente usados pelos policiais como os da marca Taurus, a pistola Glock tem o cão (peça que faz o disparo) embutido, por isso, exige muita experiência por parte de quem vai manuseá-la.
Ele é totalmente inexperiente, não sabia como manusear esse tipo de arma e não seguiu nenhum protocolo de segurança que a Polícia Civil tem. No momento do acidente, ele estava na cozinha da residência e com a arma alta, de frente para a irmã”. Lourenço Talamonte Netto, delegado
Após o disparo acidental atingir o pescoço de Maria Vitória, o irmão chamou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A garota chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada na unidade de saúde.
Ainda segundo a Polícia Civil, o acidente aconteceu durante uma confraternização familiar. O rapaz confessou que ingeriu bebida alcoólica antes de pegar a arma, que estava em um guarda-roupa.
Leonardo foi levado para a delegacia e preso em flagrante.
“Ele estava totalmente em choque e muito agitado. Foi necessário algemá-lo para que ele não cometesse nenhum crime contra a própria vida. Infelizmente, arma é algo que não se pode brincar e é preciso ter muita responsabilidade para se ter uma“, acrescenta o delegado.
A polícia explicou ainda que a pistola era particular de Leonardo — a que ele receberia do estado, por ser policial civil, ainda não havia sido entregue.
Por Simone Machado