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Ministério da Saúde vai enviar ainda essa semana vacinas da Janssen para a Bahia

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O Brasil já recebeu, nesta terça-feira (22), 1,5 milhão de doses da vacina Janssen contra a covid-19. No entanto, o imunizante ainda não foi distribuído para a Bahia e não há uma data confirmada de quando isso vai acontecer. A previsão do Ministério da Saúde (MS) é enviar as doses ainda essa semana. Para isso acontecer, é preciso que a pasta tenha uma reunião com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que deve ocorrer hoje ou amanhã, segundo o MS.

“O Brasil já recebeu as doses no centro de distribuição em Guarulhos, onde passam por um procedimento rigoroso de contagem que demora em torno de um ou dois dias. Depois disso tem a reunião e, logo após, a pauta de distribuição é publicada com a data e quantidade de doses. A expectativa é que hoje ou no máximo amanhã aconteça essa reunião”, informou a assessoria de imprensa da pasta federal.

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a previsão inicial dada pelo Ministério da Saúde é de que o a Bahia receberá 180.600 doses dessa vacina. No entanto, essa previsão foi feita quando o governo federal esperava receber, na verdade, 3 milhões de doses da Janssen na semana passada, o que não aconteceu. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a carga não chegou por “questões regulatórias” dos Estados Unidos, país onde o imunizante é fabricado.

Quando o imunizante chegar na Bahia, metade deles ficará em Salvador, a capital do estado. A outra parte será distribuída proporcionalmente para os demais municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e as cidades de Santo Amaro, Conde e Saubara. Não foi informada a quantidade de doses que cada cidade vai ficar.

“As vacinas serão utilizadas para dar prosseguimento ao plano de vacinação que está sendo executado pelos municípios”, explicou a Sesab, em nota.

A decisão de distribuir as vacinas somente para a capital e RMS foi combinada em reunião da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), realizada no dia 10 de junho. De acordo com a Sesab, a recomendação de envio para as capitais e RMS partiu do próprio Ministério da Saúde, para garantir um processo de entrega acelerado e não correr o risco de vencimento do imunizante.

Os municípios de Conde, Santo Amaro e Saubara não fazem parte da RMS, mas foram beneficiados porque garantiram ter capacidade de aplicar as doses e também por conta “da logística ser mais rápida, uma vez que são abastecidos diretamente pela Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi), localizada em Simões Filho”, explicou a secretaria.

Janssen será usada em moradores de rua de Salvador (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)


Validade da vacina foi ampliada 

Inicialmente, a validade do lote enviado ao Brasil era até o dia 27 de junho. No entanto, assim como fez a agência de regulação sanitária norte-americana FDA, a Agênica Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma avaliação técnica e aumentou o prazo de validade do imunizante de três meses para quatro meses e meio. Isso fez com que a vacina pudesse ser utilizada até o dia 8 de agosto.

Mesmo assim, os municípios que irão receber as vacinas esperam que o material chegue o mais rápido possível para que as doses sejam aplicadas com urgência. O governador Rui Costa já afirmou que a meta é aplicar todas a vacina nas primeiras 48h após a chegada do lote na Bahia.

“Nós queremos somente enviar para cidades que garantam o mutirão. Como o prazo é muito curto, nós queremos aplicar rapidamente para não perder nenhuma dose. A intenção é que, depois da chegada, em 24 a 48 horas todas as doses estejam aplicadas“, disse.

Se chegar em solo baiano na quinta-feira, 24 de junho, restarão apenas 14 dias para que as vacinas sejam aplicadas sem que percam a validade. Como a quantidade de doses que será enviada ainda não foi definida pelo Ministério da Saúde, as cidades também não sabem como se organizar. A Prefeitura de Mata de São João, por exemplo, afirmou que, normalmente, o número só é informado quando as doses são despachadas. Sem saber o quantitativo a ser disponibilizado, fica mais difícil planejar a estratégia de vacinação.

Salvador é a única cidade que terá a quantidade de vacina recebida conhecida, já que ela vai ficar com metade das doses enviadas para a Bahia. Prefeito da capital, Bruno Reis (DEM) garantiu que ao menos 6 mil doses serão destinadas à população em situação de rua. O detalhamento da busca ativa por este público ainda não foi explicado. As injeções restantes serão utilizadas para dar continuidade à vacinação por idade.

Outras cidades contempladas se organizam 
A outra metade das vacinas será distribuída proporcionalmente para os demais municípios, são eles: Camaçari, Candeias, Dias d’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho, Vera Cruz, Santo Amaro, Conde e Saubara.

Secretária de saúde de Saubara, Mailda Araújo contou que toda a coordenação e área técnica de vacinação do município participou da capacitação para o recebimento. Araújo diz que, por lá, a administração municipal tem seguido e continuará dando sequência à vacinação dos públicos estabelecidos pelo PNO e também pactuados em reuniões da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), instância deliberativa da saúde que reúne representantes dos 417 municípios e do estado.

“Estamos todos ansiosos com a chegada da Janssen. Minha equipe está toda imbuída para dar conta, em tempo hábil, de usar todas as doses que receberemos”, disse.

A capacidade de vacinação de Saubara depende do quantitativo de doses que o município receberá, o que ainda não foi divulgado, mas é sempre proporcional ao número da população. “Se o município tiver em mãos 500 doses diárias para administrar, com certeza avançaremos e daremos conta”, garante ela.

A administração municipal de Mata de São João disse que a média diária de aplicação das doses é relativa. “Na última remessa, por exemplo, recebemos cerca de 600 vacinas na sexta pela manhã. Começamos a aplicar à tarde e no mesmo dia esgotaram”, informou. O prazo curto entre chegada e vencimento vai pedir uma agilidade logística dos envolvidos. No final, será pouco mais de uma semana para receber e distribuir doses aos municípios.

Mata de São João está pronta para vacinar com Janssen (Foto: divulgação)

Vacina da Janssen é de dose única 
Diferentemente de todas as outras disponíveis no país, a vacina Janssen, fabricada pela farmacêutica homônima da multinacional Johnson & Johnson, tem a vantagem de ser dose única, o que vai acelerar a imunização no país. No total, devem ser entregues 38 milhões de doses dessa vacina ao Brasil, sendo 16,9 milhões até setembro e as demais até dezembro de 2021.

Essa vacina tem 85% de eficácia contra casos graves da doença. Ela pode ser armazenada em temperatura de 2°C a 8°C, ou seja, em geladeiras normais, o que facilita a sua distribuição no país. O uso emergencial dessa vacina no Brasil já estava aprovado pela Anvisa desde 31 de março de 2021.

No seu desenvolvimento, os cientistas utilizaram a tecnologia de vetor viral, um vírus enfraquecido que transporta os genes virais para dentro das células, estimulando a resposta imunológica. De acordo com a CNN, essa é a mesma metodologia, considerada de 3ª geração, utilizada nos imunizantes Oxford/AstraZeneca e Sputnik V.

As doses que estão a caminho do Brasil virão da fábrica da cidade de Baltimore, nos EUA, indústria terceirizada onde foram registrados problemas de mistura de insumos da Janssen e AstraZeneca. Esse erro levou a FDA a pedir que cerca de 60 milhões de doses da Janssen fossem descartadas. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, no entanto, que estas doses que estão vindo ao Brasil foram autorizadas pela agência norte-americana e são seguras.

SAIBA TUDO SOBRE A VACINA DA JANSSEN:

Empresa: Janssen/Jonhson&Jonhson
Nome da vacina: Ad26.COV2.S
Eficácia: 85%
Tecnologia: adenovírus
Dose única
Efeitos adversos:
Muito comuns
: dor de cabeça, náusea, dor muscular, dor no local da injeção, fadiga
Comuns: tosse, dor nas articulações, arrepios, aumento de temperatura, vermelhidão no local da injeção
Incomuns: tremor, espirros, mal estar geral, fraqueza muscular, inchaço no local da injeção, suor
Rara: hipersensibilidade, coceira
Muito rara: trombose em combinação com trombocitopenia
Desconhecida: reação alérgica grave (anafilaxia)
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Leia também: Conheça os efeitos adversos de cada vacina e saiba por que eles podem ser um bom sinal

CONHEÇA OS EFEITOS ESPERADOS DAS OUTRAS VACINAS

Empresa: Pfizer/BioNTech
Nome da vacina: Comirnaty
Eficácia: 95%
Tecnologia: RNA mensageiro
Intervalo entre doses: 12 semanas
Efeitos adversos:
Muito comuns
: dor e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, diarréia, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre. Ocorrem em 10% dos pacientes.
Comuns: vermelhidão no local de injeção, náusea e vômito. Ocorre entre 1% a 10% dos pacientes.
Incomuns: aumento dos gânglios linfáticos, reações de hipersensibilidade [lesão na pele ou coceira, inchaço da pele ou mucosa, sensação de mal estar, dor no braço, insônia e prurido no local de injeção. Ocorrem entre 0,1% e 1%.
Rara: paralisa facial aguda. Ocorrem entre 0,01% e 0,1%.
Desconhecida: reação alérgica grave (anafilaxia).
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Empresa: Oxford/Astrazeneca/Fiocruz
Nome da vacina: Covishield
Eficácia média: 70%
Tecnologia: vetor viral
Intervalo entre doses: 12 semanas
Efeitos adversos: 
Muito comum:  sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma, indisposição, cansaço, calafrio, febre, dor de cabeça, enjoo, dor muscular ou nas articulações. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas.
Comum: inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção, febre, enjoos, diarreia, sintomas semelhantes a resfriado, dor de garganta, coriza, tosse. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas.
Incomum: sonolência, tontura, diminuição do apetite, dor abdominal, ínguas, suor, coceira ou erupção na pele. Ocorrem em 1 em cada 100 pessoas.
Muito raro: coágulos sanguíneos graves em pessoas com níveis baixos de plaquetas. Foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados.
Desconhecida: reação alérgica grave, inchaços graves nos lábios, face, boca e garganta. Não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis
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Empresa: Sinovac/Instituto Butantan
Nome da vacina: Coronavac
Eficácia: 50,38%
Tecnologia: vírus inativado
Intervalo entre doses: 2 a 4 semanas
Efeitos adversos:
Muito comum: 
dor no local da aplicação, dor de cabeça, cansaço
Comum: cansaço, febre, dor no corpo, diarreia, náusea, dor de cabeça, enjoo, dor muscular, calafrios, tosse, perda de apetite, coceira, coriza
Incomum: vômitos, dor abdominal inferior, distensão abdominal, tonturas, tosse, perda de apetite, reação alérgica, pressão arterial elevada, hipersensibilidade alérgica ou imediata, inchaço, coceira, vermelhidão, diminuição da sensibilidade, endurecimento, hematoma vertigem
Leia a bula aqui.

*Colaboraram Carolina Cerqueira e Luana Lisboa.

**Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro. 

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