Por unanimidade, dirigentes das agências de defesa agropecuária de 11 estados que integram o Bloco 4 dos trabalhos do PNEFA (Plano Nacional de Vigilância da Febre Aftosa), decidiram requerer ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a retirada da vacina contra a doença após a segunda etapa da campanha, no final do ano de 2021. A reunião que pleiteia a mudança de status sanitário para os estados de Zona Livre com Vacinação para sem Vacinação, a partir de 2022, aconteceu nesta segunda (14) em formato virtual.
Coordenados pelo presidente da FAEB (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia), Humberto Miranda, os representantes estaduais alegaram o cumprimento das ações exigidas para controlar a enfermidade. “O bloco é coeso e todos têm feito o trabalho de casa, implementando ações para eliminar quaisquer riscos da doença voltar a invadir os territórios. Vale lembrar que a decisão é de política pública e não unilateral da defesa agropecuária, passa também pelos secretários da Agricultura e governadores de cada um dos estados, além de envolver os produtores para que a atitude seja de prudência e tenha a eficácia esperada. Será um ganho comercial grande, especialmente com as exportações, mas estamos falando de mais de 130 milhões de cabeças de gado só no Grupo 4 e todos têm que se empenhar para o crescimento da cadeia produtiva com abertura de novas vagas de trabalho e geração de renda”, descreve Miranda, que já encaminhou documento ao MAPA oficializando a decisão do bloco.
O diretor-geral da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia), Maurício Bacelar, acredita na validação do MAPA para a retirada do imunizante, a partir de 2022.
“Bovinos e bubalinos são imunizados contra a Febre Aftosa nos meses de maio e novembro e, nas últimas campanhas, a Bahia alcançou índices satisfatórios. Vamos produzir um plano de trabalho para que as duas etapas de vacinação do ano que vem, sejam as últimas na Bahia”.
Maurício destaca que a decisão da Bahia está embasada na avaliação do próprio Ministério da Agricultura em relação à performance baiana no controle efetivo da doença.
“Essa é uma decisão histórica e de muita responsabilidade. A Bahia recebeu a pontuação 1,1, uma das menores do Brasil na avaliação de risco implementada pelo MAPA em uma escala de 1 a 5 para estimar a probabilidade de ocorrência da Febre Aftosa. Isso nos reveste de condições positivas e vamos seguir em parceria com o setor produtivo da Bahia, que já demonstrou seriedade e compromisso com a defesa sanitária animal e atenção com a saúde pública”, comemora Maurício.
No Brasil, apenas o estado de Santa Catarina não utiliza mais o imunizante. O Bloco 4 é composto pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Espírito Santo, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia.
Por: Ascom