Saúde

Resultado preliminar de inquérito da Covid-19 em SSA não reflete índice real; entenda

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Os dados da população de Salvador com anticorpos ou teste positivo pra Covid-19 divulgados pela prefeitura nesta segunda-feira (25) no inquérito epidemiológico não refletem o índice real da infecção por Distrito Sanitário. Isso porque o gráfico divulgado mostra o quantitativo de positivados dentro da população testada naquele bairro, sem que fossem levados em conta a população total e, portanto, calculada a proporção de pessoas já infectadas.

Os resultados preliminares do inquérito epidemiológico da Covid-19 em Salvador foram divulgados pelo prefeito Bruno Reis (DEM) e revelaram que 20% da população da cidade já contraiu o coronavírus (entenda melhor aqui e aqui). Os dados desta segunda referem-se apenas à primeira fase do estudo, que vem sendo feito pela prefeitura da cidade em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

As 24 equipes de pesquisa dos 12 Distritos Sanitários de Salvador visitaram 576 ruas, 5.558 casas e realizaram 2.970 testes que identificaram 604 pessoas com IgG ou IgM positivo. O indicador IgG atesta que a pessoa já contato com o coronavírus, enquanto o IgM indica que quando foi realizado o teste o voluntário estava contaminado naquele momento.

O gráfico de positivados por bairro divulgado pela gestão municipal indicava os maiores percentuais nas localidades de Itapagipe (Cidade Baixa) e na Liberdade, ambas com 29% (leia aqui). Mas isso pode não significar que esse é mesmo o índice de pessoas nos bairros que já tiveram contato com o coronavírus. A depender da população daquela área, o número pode mudar para mais ou para menos.

Na outra ponta, o Subúrbio foi onde o índice ficou menor: 9%. O fato despertou preocupação na gestão municipal, reconhecida pelo próprio prefeito durante coletiva na manhã desta segunda. O gestor destacou que na localidade há uma concentração populacional maior, número maior de habitantes por casa, além da proximidade das casa, e outros fatores que dificultam o isolamento e o distanciamento social.

Clique para ampliar o gráfico

COMO FUNCIONA O INQUÉRITO?

Além da informação sobre a quantidade de pessoas da cidade que já contraíram o coronavírus, outro objetivo é observar a duração da resposta imunológica, que é presença de anticorpos nas pessoas, explica Helena Lima. Para isso, os testes rápidos serão repetidos nos voluntários em etapas seguintes para que essa informação seja levantada.

Inicialmente duas fases estão previstas, com cerca de sete etapas. A integrante do Centro de Operações Emergenciais Covid-19 explica que a cada etapa são sorteadas os locais, as casas e os participantes dentro dos 12 Distritos Sanitários de Salvador.

“A amostra é selecionada de forma aleatória para cada um dos 12 distritos sanitários. De acordo com essa seleção, que é através do imóvel, seleciona o morador que mora naquela casa, faz sorteio para que a gente possa ver dentro daquela família quem vai fazer o teste. Inicialmente a gente selecionou quase três mil pessoas, e aí justamente a cada fase do inquérito vai selecionando mais pessoas”, explicou.

A segunda etapa acontecerá em fevereiro, mas a data de início ainda não foi definida. De acordo com Helena a logística ainda está sendo montada para que as equipes iniciem o processo.

A “expectativa ideal” para conclusão do inquérito é de 180 dias, mas uma série de fatores pode interferir nesse prazo.

“Como a gente está falando de um trabalho de campo, que envolve a visita ao domicílio, identificação do imóvel, esse planejamento a gente faz, mas não pode garantir. Vai depender muito da velocidade do campo. Por exemplo, tem domicilio que o indivíduo não está em casa, em outros ocorre recusa, e isso vai deixando a velocidade um pouco menor do que aquela que a gente previu”, justificou Helena.

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