A nova Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil para o Acordo do Clima de Paris, que será divulgada esse ano, deveria se comprometer a reduzir as emissões líquidas em 81% até 2030 em relação aos níveis de 2005. Essa é a proposta apresentada nesta segunda-feira (7) pelo Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil.
Segundo o Observatório do Clima, essa redução significaria chegar ao fim da próxima década emitindo, no máximo, 400 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Atualmente, a emissão líquida do Brasil é de cerca de 1,6 bilhão de toneladas de gases – o país é o sexto maior emissor de gases do planeta.
“Fizemos uma proposta para o país, apontando o caminho do que é necessário e possível fazer pelo clima com justiça, equidade e sem sacrifício. Uma proposta que nos colocaria no lugar que devemos estar; liderando a agenda de meio ambiente globalmente. Com isso, também mostramos que o Brasil é muito maior do que Jair Bolsonaro. Apesar de termos um governo negacionista, queremos afirmar que os brasileiros levam o Acordo de Paris a sério”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
A proposta representa um significativo aumento de ambição em relação à meta indicativa para a nova NDC do Brasil – 43% de redução até 2030, ou 1,2 bilhão de toneladas. Esse valor adicional é necessário para tornar a meta compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5ºC.