A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, a médica Mayra Pinheiro, afirmou que “infelizmente” o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como alternativa ao tratamento da covid-19 “foi muito estigmatizado e criminalizado (no lugar) das pessoas que fizeram pesquisas fraudulentas”. Os medicamentos não possuem comprovação científica para o tratamento da doença e têm sido defendidos pelo governo federal como opção para a não atenção às medidas profiláticas contra a covid-19.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Mayra afirmou que existem hoje 17 medicamentos “que podem ser usados para covid” e que têm “o potencial” de diminuir hospitalizações e evitar mortes. Segundo o dicionário Houaiss, edição de 2001, “potencial” é “a capacidade de realização, ou de execução”; algo “que só existe como possibilidade”.
As falas de Mayra foram rebatidas pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) que tem formação em Medicina e afirmou que não “existe no mundo estudo sério” que comprove a eficácia da cloroquina e correlatos com eficácia antiviral.
A médica, entretanto, reforçou a sua posição e reafirmou, sem apresentar os resultados dos estudos, que a cloroquina tem evidência antiviral. Segundo disse, evidências conclusivas só surgirão “daqui a muitos anos”.
“A gente tem 17 medicamentos hoje, não para curar covid-19. Nós médicos nunca dissemos que eles curam a covid-19, o que esses medicamentos fazem é reduzir os internamentos, as mortes”, salientou a secretária.
Por: Correio 24 Horas